06 outubro 2008

O diário secreto que Salazar não conhecia

A velha aliança entre Portugal e Inglaterra tem muitos meandros. Rui Araújo traz a lume alguns do tempo de Salazar. Vem tudo em «O diário secreto que Salazar não conhecia».
Alguns dados são curiosos: Diplomatas, marinheiros e caixeiros-viajantes eram os alvos principais dos recrutadores de espiões. Contudo, revelaram-se muito desajeitados esses portugueses que trabalhavam para os alemães e facilmente davam nas vistas. Os ingleses prendiam-nos, às vezes. Outras vezes, forneciam listas de nomes a Salazar, que geralmente não fazia nada.
Ora havia um radiotelegrafista do navio Gil Eanes, que fornecia informações aos alemães sobre os barcos aliados que avistava, tornando-os presas fáceis para os submarinos de Hitler. A marinha inglesa apresou o Gil Eanes e, simplesmente, raptou o radiotelegrafista, levando-o para Londres.
Outra história é a de um caixeiro-viajante apanhado em África, encarcerado nos arredores de Londres. Confessa tudo. Depois escreve uma carta à mãe e tenta cometer suicídio, espetando a caneta no escroto. Transportado para um hospital militar, fica perto da loucura. Ouvia os passos do pelotão de execução nos corredores, convencido que o vinham buscar para o matar.
Os espiões lusos saem um pouco mal no retrato: estavam muito mal preparados, eram medíocres, facilmente se expunham e vendiam-se por muito pouco.

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