04 setembro 2008

O que parece nem sempre é

Já foi dito e nós repetimos: a tendência centralizadora e controleira do Ministério da Educação faz com que medidas avulso (como as que periodicamente anunciam) tenham poucos resultados. Porque sem critério. Porque deixam de fora os que querem e incluem os que desprezam o sistema. Não há nada pior para combater a miséria do que passar a ideia de que o Estado dá. A miséria alastra e o que era mau fica pior. Mas isso que importa, se apenas se tem em vista a propaganda?
Reparem, quando os agentes no terreno (professores, escolas) tentam contornar processos burocráticos para combater o abandono escolar são quase sempre coarctados pelas Direcções Regionais. Porque desconfiam de quem trabalha directamente com os alunos. Há a ideia de que quem está nos gabinetes (quantos para fugirem à leccionação?) é que sabe.
O governo deve disponibilizar verbas, sim. Mas deve deixar às escolas o modus operandi. As medidas agora anunciadas são necessárias. Mas não será por isso que o abandono escolar diminuirá, sobretudo com a crise de emprego que o país atravessa. Será bom não esquecer que crianças e adolescentes que abandonam a escola o fazem sempre com a cumplicidade dos pais. Por necessidade ou por valores que o neo-liberalismo tanto gosta de apregoar.

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