19 setembro 2008

Bons sinais na demografia portuguesa

Portugal está a entrar nos eixos. As pessoas casam-se mais tarde, têm menos filhos e vivem mais tempo. Os empregos escasseiam, os preços estão muito altos, a vida está pela hora da morte. Por isso, não espanta que morra mais gente do que a que nasce. O saldo é pela primeira vez em décadas negativo. Mas significa isso que há menos gente em Portugal? Não. Vejamos o que nos diz o documento "Estatísticas Demográficas" do Instituto Nacional de Estatística.
A taxa de crescimento natural, que há muito manifesta uma tendência de redução, apresenta em 2007, pela primeira vez na história demográfica portuguesa recente, um valor negativo (-0,01%).
Desde o início do século XX, apenas em 1918 se havia registado um saldo natural negativo, associado à epidemia de gripe pneumónica que atingiu o país nesse ano.
A situação verificada em 2007 não é única no conjunto dos 27 países da União Europeia.
Para além de Portugal, também a Itália, Estónia, Alemanha, Roménia, Hungria, Lituânia, Letónia e Bulgária apresentaram, em 2007, taxas de crescimento natural de valor negativo.
O saldo migratório mantém um valor positivo.
A população residente em Portugal tem vindo a denotar um continuado envelhecimento demográfico, como resultado do declínio da fecundidade e do aumento da longevidade.
Em 31 de Dezembro de 2007 a população residente em Portugal foi estimada em 10 617 575 indivíduos, o que representa um acréscimo populacional de 18 480, face ao valor estimado no ano anterior.
Em 2007, o mês de Fevereiro foi o de maior intensidade da mortalidade. Dos óbitos ocorridos em Portugal, em 2007, resultaram 13 294 viúvos e 32 746 viúvas. Ou seja, morrem muito mais homens do que mulheres.

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