27 agosto 2008

O romance de mercado por João Rodrigues

Via Ladrões de Bicicletas chegámos aqui. Ora leiam lá um excerto:
«Enfim, o retrato da actual configuração do capitalismo português, depois de um longo ciclo, com vinte anos, de constante liberalização, de maciças privatizações e de irresponsável perda de instrumentos de política económica, sem contraponto em novos mecanismos de política pública dignos desse nome à escala da União Europeia, revela que a fractura social e a estagnação económica são os dois principais capítulos do romance de mercado, transformado em guia para a política, na semiperiferia da economia global.
A maioria das nossas elites políticas, económicas e intelectuais comprou este romance a um preço em conta para si, mas muito elevado para o País. Num típico movimento de fuga em frente, essas elites afirmam agora: "falhámos porque o romance não foi aplicado com suficiente afinco; só mais um esforço e tudo correrá pelo melhor no melhor dos mundos". Como afirmou o filósofo liberal Karl Popper, é típico das ideologias puras não serem passíveis de confrontação com a impureza da realidade.»

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