No telemóvel há quem escreva romances e há quem abastarde tudo, numa de imitar os ingleses, cuja fonética lhes permite uma grande poupança de caracteres. No nosso caso, a língua torna-se estranha, pois até o que não tem correspondência é mudado. Uma amostra:
«Oi xtora!!! ta td ben knsg? nox tamx kom mtx xaudadx xuax poix ja ñ temx akela xtora kida à k nux habituamx bjtx, nunka nux vamx exkexer d xi! Ass: xara».
Traduzindo: «Olá professora, Está tudo bem consigo? Nós estamos com muitas saudades suas, pois já não temos aquela setora querida a que nos habituámos. Beijos. Nunca nos vamos esquecer de si. Assinado: Sara».
Como diz, e bem, Rosário Antunes, professora de Português, «Esta nova linguagem não tem regras, pois os adolescentes tanto usam o 'x' para substituir 'ss', 'ch' e 'os' como no lugar do 'ç', havendo palavras que ficam bastante diferentes das originais, como 'tamx' (estamos) ou 'kuraxao' (coração)». Para Rosário Antunes, que diz ter encontrado este cenário em todas as escolas por onde passou «e abrangendo alunos dos 10 aos 17 anos», é possível encontrar exemplos desta nova escrita «até nos testes».
Quando se aprende a escrever, aprende-se a ortografia de forma mecânica, intuitiva e memoriza-se uma imagem gráfica das palavras. Se os alunos manifestam dúvidas quanto à grafia correcta de um vocábulo é porque, de tanto o escreverem alterado, a confusão já se instalou na sua memória. As consequências poderão ser desastrosas.
A juntar à manifesta dificuldade de leitura de textos literários, teremos não tarda a incapacidade em perceber instruções simples, do género, Vota X e eles põem a cruzinha no S. Ou vice-versa.
A escrita se sms é uma verdadeira praga. Não percebo metade do que essa gente escreve. Não recebo mensagens assim, os meus amigos escrevam bom português.
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