O primeiro Barca Velha é do ano de 1952 e foi uma criação de Fernando Nicolau de Almeida. O mais recente Barca Velha é o 16.º a ser declarado. É o topo de gama da Casa Ferreirinha.
Vinho misterioso e cheio de emoções, o Barca Velha convida à selecção de um ambiente discreto e requintado, assim como à escolha da companhia com quem será partilhado este ritual revelador. Saborear um Barca Velha exige uma preparação cuidada de acordo com a exigência do momento. Idealmente, a garrafa deverá ser colocada “ao alto” na véspera e aberta 2 a 3 horas antes de ser servido. Com tantos anos de garrafa, deverá ser decantado cuidadosamente para separar o seu sedimento natural. Depois de devidamente decantado, deve ser saboreado com calma, acompanhado por pratos mais cuidados de carne, caça e mesmo alguns queijos, com sabores requintados e bem integrados. Recomenda-se que seja servido à temperatura de 17º-18º.
O Barca Velha 1999 tem uma cor vermelha viva, profunda e muito intensa. A sua grande riqueza aromática advém-lhe das uvas muito maduras e por isso de grande concentração. Estão evidentes os aromas primários das castas utilizadas, os de envelhecimento em madeira nobre e os provenientes da maturação em garrafa, num conjunto que lhe confere grande complexidade. Predominam os aromas de fruta muito madura (amora, ameixa, cassis), de flores (violetas), de especiarias (baunilha, pimenta), balsâmicos (cedro) e outros constituintes complexados pela evolução em garrafa (aromas de farmácia, iodo, etc). À boca, apresenta um excelente equilíbrio entre álcool e acidez, fruto da apurada selecção e lote das castas nativas, tendo um final muito persistente, fino, elegante e delicado. Uma das suas principais características é o seu corpo e a grande estrutura que apresenta, que lhe irá proporcionar uma notável longevidade.
O Barca Velha tem vindo a ser destronado em preço por vinhos elaborados por enólogos de uma geração mais nova. Os casos mais conhecidos são os durienses Batuta e Charme, da Niepoort; o bairradino Quinta do Ribeirinho Pé-Franco, de Luís Pato; o Homenagem a António Carqueijeiro, da Quinta do Monte d'Oiro, de Alenquer, de José Bento dos Santos. O caso do Pêra Manca tinto, da eborense Fundação Eugénio de Almeida. Registem-se ainda Abandonado, Vinha de Lordelo, Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa e Vinha da Ponte, Xisto, Quinta do Vallado Reserva, Quinta da Touriga-Chã, C.V.-Curriculum Vitae, Quinta da La Rosa Reserva, Poeira, Pintas, Quinta de Roriz Reserva, Chryseia, Quinta do Noval, Quinta dos Quatro Ventos Reserva, Valle Meão, Duas Quintas Reserva Especial, Quinta Vale Dona Maria (Douro); Calda Bordaleza, Encontro Baga, Vinha Pan, Vinha Barrosa, Utopia, Quinta das Bágeiras Garrafeira, Quinta de Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria (Bairrada e Beiras); Quinta dos Carvalhais Reserva, Quinta da Pellada Tourigas Nacional, Dado, Conde de Santar, Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador, Pape, Pedro & Inês, Quinta da Vegia Reserva, Pião, Carrossel (Dão); Quinta do Monte d'Oiro Reserva, Aurius, Quinta de Pancas Premium (Alenquer); Hexagon, Berardo Reserva Familiar, Leo d'Honor Grande Escolha, S de Soberanas, Herdade do Portocarro, Cavalo Maluco (Setúbal); Herdade do Meio Pinot Noir, Herdade dos Grous Reserva, Francisco Nunes Garcia, Esporão Private Selection Garrafeira, Cortes de Cima Reserva, Incógnito, Altas Quintas Reserva, Dorina Lindmann Reserva Aragonês-Syrah, Zambujeiro, Quinta do Carmo Reserva, Malhadinha Nova, Monte Seis Reis Reserva, Quinta do Mouro Touriga Nacional e Rótulo Dourado, T da Terrugem, Terrenus, Vale de Ancho, Tapada de Coelheiros Garrafeira, Garrafeira do Comendador, Marquês de Borba Reserva, Quinta da Viçosa e Júlio B Bastos Reserva (Alentejo).
Pela parte que nos toca o nosso muito obrigado por nos ter incluído nos vinhos que destronam o Barca Velha. O segredo está na inovação e não no velho hábito de deitar à sombra da bananeira.
ResponderEliminarUm grande abraço,
José Eduardo
Caro José Eduardo, nós é que agradecemos o cuidado com que a equipa do Cortes de Cima produz vinhos. Parabéns.
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