O título é sugestivo. A notícia uma decepção. Quiçá porque confirma o próprio título. É que num país onde pouco mais se lê do que cabeçalhos e legendas de filmes, a democracia não pode ser grande coisa.
Para ajudar à festa, o país está em crise. E a crise é tanta que há 6 mil (isso mesmo: 6000) gerentes de empresas a ganhar o salário mínimo. Feitos os descontos para a segurança social, restam 343,45 €. Pobres diabos. Como será que sobrevivem? Mais, como podem ter gente a trabalhar nas suas empresas? Elas estão lá e, claro, ganham tanto como o patrão. Outras empresas há em que os patrões recebem apenas mil euros brutos. Descontando irs e segurança social, ficam pelos 800 euros. A crise é lixada. Eu não trabalho no fisco, mas, se trabalhasse, gostava de saber como é que com salários destes há audis, bms, mercedes e outras cilindradas pesadas à mistura.
A democracia à portuguesa faz-se desta maneira. Os que trabalham pagam. Não têm maneira de fugir, excepto se derem uma perninha na economia paralela, para compor a vida e poderem sobreviver. Os que gerem, pobres pobrezinhos, deveriam receber subsídio do Estado. Um Estado que aposta tanto em choques tecnológicos, que cresce acima da média europeia, que tem feito um esforço medonho para esmagar os que trabalham, pode, deve, tem que apoiar os patrões. Eu não sei como se faz, senão punha já uma petição a correr para que o Estado dê subvenções mensais mínimas de 2500 € aos patrões portugueses que vivem no limiar da pobreza. É da mais elementar justiça social. Um país sem patrões não pode avançar. E Portugal, como todos sabemos, está desde a sua fundação no mesmo lugar. É hora de caminharmos em direcção à Finlândia. Bora lá pegar na picareta e separarmo-nos de Espanha. Depois é só pegar em remos e levar isto até à Finlândia. Há lá bastante espaço para atracar o país.
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