17 abril 2008

Da criatividade e da prosperidade económica


Richard Florida é um intelectual, um académico e o guru do conceito "cidades criativas", figura nuclear quando se fala de inovação e criatividade aplicada à prosperidade económica. «Quando não está a andar de bicicleta ou a reflectir sobre a ligação entre cidades com cenas musicais vibrantes e florescimento económico, é consultado por representantes de regiões ou países.» Para este cinquentão, uma nova classe económica - a "classe criativa" - vai dominar a vida económica, social e cultural deste século. «Mesmo sendo menos numerosa, a "classe criativa" - um conceito amplo [e pouco pacífico] que engloba profissionais que utilizam a criatividade como motor da sua actividade, entre artistas, músicos, cientistas, professores, agentes financeiros, empresários ou advogados - é motor do crescimento e da transformação da economia como um todo, diz ele. (...) Para ele, é o capital humano que configura o capital criativo. Não admira que já tenha declarado, por mais de uma vez, que a criatividade deveria ser constituída como um bem público, ao nível da segurança ou da liberdade.»

Aviso ao leitor mais distraído: este post, que decalca informação de um periódico nacional (revelador de como há muita gente à espera dos mais diferentes tipos de messias), não pretende ser de louvor. Apenas mostrar que as cidades podem e devem ser pensadas e que o velho e romântico recurso ao folclore, tão em voga nos Açores, tem os dias contados. Aliás, por cá nota-se uma constante falta de debate sobre seja o que for. Repetem-se ideias feitas e um pequeno grupo aplaude-as. Mas foge-se das ideias como o diabo da cruz.

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